quinta-feira, 25 de julho de 2013

eu-breton, para as minhas uniões

meus homens com os cabelos de antracite
com os cabelos de cinzas de cigarro
e com os pelos de cerrado
e com as peles de pães crus pães fermentados pães embolorados
meus homens com pensamentos de crisálidas
com pensamentos de tempestade
com pensamentos de flor de lótus
meus homens com as bocas de júpiter em combustão
com os dentes de lobisomens em lua cheia
com as línguas de carros de corrida
de febres dominicais
meus homens com as sobrancelhas de neblinas
com as sobrancelhas de irídios
de esfregões de limpeza
meus homens com os narizes de monarquias absolutas
meus homens com as barbas de urtigas
com as barbas de lixo europeu
meus homens com os ombros de dinossauros fossilizados
meus homens com os peitos de tábuas tortas
com os peitos de f(r)icções infantis
meus homens com as costas de lixas de unha
com as costas de calor
e com os pescoços de carne mal passada
meus homens com os braços de jararacas
e com os pulsos de ponteiros de relógios desordenados
e com os dedos de farpas
de agulhas de vacina
de bordas de papel sulfite correndo na pele
de sobremesas açucaradas
meus homens com os pés de atobás
com os pés de máquinas para pegar ursos de pelúcia
meus homens com as pernas de relíquias arqueológicas
e com as nádegas de pontos turísticos
meus homens com as barrigas de todos os reflexos de todos os gritos surdos
com as barrigas de verões
de compostos de etanol de pele de etanol de pele
meus homens com as ancas de britadeiras
e com os movimentos que acompanham o meu ventre
e com os sexos de espumas quentes de mares quentes
meus homens com os sexos de chaves maiores que as fechaduras
de chaves que arrombam as fechaduras
meus homens com os sexos de banquetes agridoces
meus homens com os sexos de monóxido de carbono
com os sexos de surra
e com os olhos de fúria
meus homens com os olhos de patas de insetos
com os olhos de equipamentos portáteis de visão noturna
meus homens com os olhos de grutas ocas
de noites nos desertos
com os olhos de noites e de noites e noites e de noites e noites e de noites.

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