os olhos fechados são traços com contornos de delicadeza. violência transformada. ela passa por cima do sono e observa o homem que dorme. ela precisa registrar o maior número de imagens possíveis disso tudo com os próprios olhos. ela tenta colar o cheiro dele no próprio corpo. ela não sabe o que é que ela faz com a euforia de saber que ele volta, ela não sabe o que é que ela faz com tudo isso. felicidade que afoga. ela tirou algumas fotografias daquele quarto de hotel para poder fugir para as imagens toda vez que o próprio quarto parecesse vazio demais. ela tirou algumas fotografias dele e todas as fotografias saíram desfocadas. mas é possível reconhecer os traços dele e é possível ficar olhando essas fotografias por horas, e é possível ficar sorrindo por horas, pelo simples fato de que ele é real, de que ele é palpável, de que ele está na cabeça, no coração, mas também está na língua, nos seios, no ventre e nas fotografias. a alegria tem cheiro de chuva e ela sente saudade como quem sente prazer. sente o amor como quem sente prazer.
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